Outra Cidade



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Deitada, mas meus pensamentos mal tocam o travesseiro.
Como se eu mesma não aqui estivesse. Se ao menos não estivesse...
Escondo minhas mãos do frio.
Nenhuma roupa aquece o bastante.
Se ao menos nem a tivesse... As luzes desta cidade não me atraem mais que os olhares.
Poucos aos meus. Não me trazem. Não são os teus. Pouco me valem.
Um pensamento antigo, desses que me coram, decora meu rosto, deixando nele um traço molhado de sal.
Nem ao menos me entristecem...
Tu me rodeias com o braço que me aquece.
Meu riso te encontra e se encosta ao teu.
E dança no teu.
Dois grãos de ousadia no vento.
Mas feito o vento frio que encontra folha seca e a leva, meus olhos encontram a cidade, vazia sem ti.
Revelo minhas mãos, em vão, são julietas sem balcão.
Por que não cortas o frio e te aproximas delas?
Estou pequena, com um sentimento que dá sombra a árvores.
Estou vestida, mas as nuvens não cobrem a lua para sempre.
Estou deitada, mas meus pensamentos mal tocam o travesseiro.
Eles apenas passeiam, sem pontas nas sapatilhas, na esperança de dançarem novamente ao som da tua voz.

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jambelfort
www.livroabertonoescuro.blogspot.com 
jamys2006@gmail.com 
(Texto Registrado. Mencione minha autoria) 

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